Thursday, June 02, 2005

Pedro, lembrando Inês

Em quem pensar, agora, senão em ti? Tu, que me esvaziaste de coisas incertas, e trouxeste a manhã da minha noite. É verdade que te podia dizer:"Como é mais fácil deixar que as coisas não mudem, sermos o que sempre fomos, mudarmos apenas dentro de nós próprios? "Mas ensinaste-me a sermos dois; e a ser contigo aquilo que sou, até sermos um apenas no amor que nos une, contra a solidão que nos divide. Mas é isto o amor: ver-te mesmo quando te não vejo, ouvir a tua voz que abre as fontes de todos os rios, mesmo esse que mal corria quando por ele passámos, subindo a margem em que descobri o sentido de irmos contra o tempo,para ganhar o tempo que o tempo nos rouba. Como gosto, meu amor, de chegar antes de ti para te ver chegar: com a surpresa dos teus cabelos, e o teu rosto de água fresca que eu bebo, com esta sede que não passa. Tu: a primavera luminosa da minha expectativa, a mais certa certeza de que gosto de ti,como gostas de mim,até ao fundo do mundo que me deste.

Nuno Júdice

2 Comments:

At 3:59 PM, Anonymous Anonymous said...

Ora ora... havia poemas bem mais bonitos do nuno judice para pores! eu vou por este no baul, por causa da nossa implicancia com a nês! só acho os poemas do nuno "amorosos" demais lol! inté!

 
At 12:46 PM, Blogger Ovelha Mansa said...

amorosos de mais... tu... amante do rapaz... se tu chamas aos poemas do Nuno Júdice "amorosos de mais" então os poemas do rapaz são "deprimentes de mais"

 

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