Friday, April 01, 2005

He hum não querer mais que bem querer - IV

És tu! És tu! Sempre vieste, enfim!
Oiço de novo o riso dos teus passos!
És tu que eu vejo a estender-me os braços
Que Deus criou pra me abraçar a mim!

Tudo é divino e santo visto assim...
Foram-se os desalentos, os cansaços...
O mundo não é mundo: é um jardim!
Um céu aberto: longes, os espaços!

Prende-me toda, Amor, prende-me bem!
Que vês tu em redor? Não há ninguém!
A Terra? - Um astro morto que flutua...

Tudo o que é chama a arder, tudo o que sente,
Tudo o que é vida e vibra eternamente
É tu seres meu, Amor, e eu ser tua!

Florbela Espanca

1 Comments:

At 4:01 PM, Blogger João Véstia said...

Olá! Então tens um blog só teu e não dizias nada a ninguém...ou a mim...
Epá mas sim senhor Florbela Espanca, de quem tu gostas muito! Bonito poema.

 

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